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O principal suspeito de matar Ana Beatriz Moura, adolescente de 15 anos que estava desaparecida desde o dia 8 de abril, deverá prestar um novo depoimento nos próximos dias. A informação foi confirmada pela delegada Talita Aquino, da Polícia Civil de Alagoas, durante coletiva de imprensa após a localização do corpo da jovem no último sábado (3).
Ana Beatriz, aluna do curso técnico de Eletrotécnica no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), foi encontrada morta em uma chácara no bairro de Guaxuma, em Maceió. O corpo estava em estado avançado de decomposição, o que, segundo a polícia, indica que a morte ocorreu pouco tempo após o desaparecimento.
A adolescente foi vista pela última vez por volta das 12h47 do dia 8 de abril, ao embarcar em uma motocicleta de aplicativo no bairro do Poço com destino à região da Garça Torta.
O horário e o trajeto chamaram a atenção da família e das autoridades, já que Ana Beatriz costumava sair do campus às 16h30. Naquele dia, deixou o local cerca de quatro horas antes do habitual e sem avisar ninguém.
As investigações indicam que o principal suspeito, um homem de 43 anos que está preso desde 12 de abril, já era conhecido da família da vítima e frequentava a mesma igreja da mãe de Ana Beatriz. Ele é casado e pai de três filhos.
A polícia aponta que ele costumava manter contato com a adolescente, inclusive oferecendo ajuda financeira. Exemplo disso foi a transferência de R$ 20 via Pix, feita por um açougueiro a pedido do suspeito pouco antes do desaparecimento. O comerciante confirmou a operação, apesar de o homem ter negado inicialmente qualquer envolvimento.
Durante o primeiro depoimento, o suspeito alegou que ajudava a jovem com pequenos valores para lanches, justificando que ela já havia morado em sua casa e colaborava no cuidado dos filhos.
Ele negou qualquer envolvimento afetivo ou amoroso com Ana Beatriz. No entanto, testemunhas afirmaram à polícia que viram a adolescente na companhia dele cerca de duas semanas antes do desaparecimento.
A principal linha de investigação aponta que o crime pode ter sido motivado por um suposto anúncio de gravidez feito por Ana Beatriz ao suspeito.
“A vítima pode ter simulado uma gravidez. Acreditamos que, ao ouvir isso, o suspeito entrou em pânico e cometeu o crime”, declarou a delegada Talita Aquino. Exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML), no entanto, já descartaram a possibilidade de gestação.
“Acreditamos que o crime foi premeditado. Há indícios de que ele planejou a morte de Ana Beatriz, e já representamos pela prisão preventiva dele”, afirmou a delegada, acrescentando que o próximo interrogatório com o suspeito deverá esclarecer pontos importantes da investigação.
Apesar de não haver indícios de envolvimento da esposa do suspeito até o momento, a polícia não descarta a participação de outras pessoas, principalmente na ocultação do corpo.
“A complexidade da operação para esconder o cadáver indica que ele pode não ter agido sozinho. Ainda estamos colhendo depoimentos e tentando contato com a proprietária da chácara onde o corpo foi localizado”, explicou Talita Aquino.