Foi sepultado na manhã desta segunda-feira (9), no Cemitério de São José, no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, o corpo do sargento aposentado da Polícia Militar de Alagoas, Altamir Moura Galvão de Lima, de 61 anos. A cerimônia foi marcada por forte comoção, revolta e homenagens de ex-colegas de farda, familiares e amigos próximos, que exigem justiça pelo crime brutal que abalou o estado.
Altamir foi uma das vítimas do major Pedro Silva, policial militar que, em surto psicótico e após romper a tornozeleira eletrônica, invadiu a residência da ex-companheira no bairro Prado e matou o próprio filho e o cunhado. O sargento foi assassinado ao tentar intervir para proteger os familiares, durante a ação que terminou com três mortos, incluindo o próprio autor dos crimes.
De acordo com a investigação da Polícia Civil de Alagoas, o major Pedro Silva burlou a vigilância a que estava submetido por ordem judicial, após responder por violência doméstica. Ele foi até a residência da ex-mulher, manteve-a em cárcere junto aos filhos e familiares, e assassinou de forma cruel seu filho de 10 anos e o cunhado — o sargento Altamir Galvão, que tentava evitar uma tragédia ainda maior.
O corpo do militar foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) ainda no domingo (8), sendo liberado poucas horas depois para o velório.
Última homenagem marcada por dor e indignação
Durante o sepultamento, a dor e a revolta dos presentes eram visíveis. Ex-companheiros de farda prestaram continência ao caixão e se manifestaram contra o crime cometido por um oficial que já apresentava histórico de instabilidade emocional e conflitos internos na corporação.
“Meu pai sempre foi um homem correto, justo e disposto a ajudar. Ele morreu tentando proteger pessoas que amava”, disse, emocionado, um dos filhos de Altamir.
A cerimônia contou com a presença de oficiais da ativa e aposentados da PM, que lamentaram publicamente a tragédia e cobraram providências para que casos semelhantes não se repitam.
Em nota oficial, o comando da Polícia Militar de Alagoas lamentou profundamente a perda do sargento Altamir Galvão e prestou solidariedade à família. A corporação reforçou que o ato cometido por Pedro Silva não representa os valores da instituição.
Já a Polícia Civil informou que segue com a investigação. O major Pedro Silva, que chegou a ser capturado com vida, agora está sob custódia em regime fechado, e deve responder por homicídio qualificado, cárcere privado e descumprimento de medida judicial.